O sucesso em números
O desenvolvimento progressivo do nível de vida ou a transição extraordinária em competitividade económica, são dois elementos que podem bem resumir a evolução de vários países da Europa central durante 30 anos. Não se trata somente de dinheiro, mas também, de qualidade de vida, e, de longevidade cujo desenvolvimento positivo já está ressentido por cidadãos dos países Visegrád. Em média, vivem de 7 anos mais do que a geração precedente.
Com certeza, nas socidedades presentes, há muitos temas a estarem ainda abertos, ou, inacabados. Na República Checa, falamos sobre questão salarial e o nível que ainda fica baixo em comparação com o dos vizinhos alemães ou austríacos.
Todavia, a pergunta pode ser formulada de maneira diferente: seria mesmo real ou possível atingir o nível dos salários alemães num prazo de tempo tão curto? A resposta é provavelmente negativa, mas os checos podem ser orgulhosos do caminho que já atingiram. O nível da vida de vários países da Europa central aproxima-se de o da Itálie ou o da Espanha. Ninguém o teria dito em 1989.
Basta lembrar-se do ano obscuro 1995 e da situação económica, ou, da perspetividade do país, que não eram nada positivas – o rendimento económico checo alcançava uma proporção miserável em relação àquele da Alemanha. Hoje em dia, segundo números publicados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a República Checa aproxima-se de 50% do rendimento económio alemão com o PIB por habitante – 23 214 $ – os checos superam gregos ou portugueses. Mesmo dentro do grupo Visegrád, o país da cerveja anda muito bem. Além disso, a República Checa, Eslováquia e a Eslovénia pertencem aos países mais igualitários da Europa.
Há um outro fator económico positivo: é a evolução da moeda nacional. Em 1999, a coroa checa oscilava por volta de 37 coroas para um euro. Hoje em dia, estamos no nível de 25, 50 coroas para um euro. Em comparação com outras moedas nacionais da Europa Central, é a coroa checa que atua como vencedora graça aos seus fortalecimentos sucessivos.
Todavia, não nos esqueçamos de mencionar, que, tudo isso, é graça à entrada na União Europeia em 2004, e, ao fluxo de investimentos estrangeiros, que o câmbio da coroa podia fortalecer a sua posição. O que fica por perfazer, é adesão à zona euro. Tendo em conta todos os factos, a saber, a interconexão com o mercado europeu e a orientação exportadora do país, estes factos podem ainda mais acelerar o crescimento económico do país. É uma decisão nas mãos dos políticos.
Democracia, Babiš e manifestações: comportamento dos checos também em mudança
A situação política atual e da própria sociedade na República Checa pode ser definida como bem agitada nestes dias. Após 30 anos, de novo, testemunhamos grandes manfiestações contra o poder representado pelo bilionário Andrej Babiš, Primeiro Ministro atual, empresário, fundador de ANO (movimento político populista), e, no conflito de interesses permanente. O Primeiro Ministro – populista, corrupto a não respeitar regras democráticas – que põe em perigo o legado da Revolução de Veludo de 1989, são alguns exemplos das fortes declarações dos manifestantes que manifestaram contra Babiš no dia 16 de novembro em Letná, na véspera do aniversário da Revolução de Veludo de 17 de novembro 1989 em Praga.

Andrej Babiš pronunicou o seu discurso no dia comemorado no qual tentou ter uma atitude mais moderada. Ele pediu desculpas a todos pelo seu próprio passado comunista e pela sua timidez durante o antigo regime. Quão confiável seria esta atitude quando o seu governo de coligação minoritário é apoiado pelo partido comunista, é uma outra questão. Além disso, o seu nome aparece em vários casos jurídicos, como é o caso do Ninho de Cegonha (Čapí hnízdo – centro de lazer) no qual ele é acusado de desfalque de fundos europeus, e, no caso do conflito de interesses permanentes no quadro da sua companhia agrária Agrofert ou da companhia Mafra.
Os checos já estão fartos disso e eles não têm medo de pronunciar-se diretamente, e, de defender o estado de direito como mostraram em Letná. Não lhes importa a evolução do país e querem a mesma justiça para todos. Os organizadores dessas manifestações – Milhões de momentos para a democracia (Milion chvilek pro demokracii) têm as suas metas determinadas que são bem claras:
Agrofert ou Governo
Os organizadores são preparados para continuar a protestar. As massas são comparáveis com aquelas de 1989 que finalmente conseguiram livrar-se do regimo comunista. Mesmo que a democracia checa seja ainda muito jovem, ela não é indiferente a tudo que está a acontecer no mundo. Em comparação com outros países da Europa Central, os checos estão ainda no bom caminho. Eles bem mostraram que querem que o país deles partilhe os valores democráticos ocidentais.
Fontes: www.euro.cz (números), www.echo24.cz, wikipedia (imagem)